26.1.07

Poesia - A Vida


A Vida
Na água do rio que procura o mar;
No mar sem fim; na luz que nos encanta;
Na montanha que aos ares se levanta;
No céu sem raias que deslumbra o olhar;
No astro maior, na mais humilde planta;
Na voz do vento, no clarão solar;
No inseto vil, no tronco secular,
— A vida universal palpita e canta!
Vive até, no seu sono, a pedra bruta . . .
Tudo vive! E, alta noite, na mudez
De tudo, — essa harmonia que se escuta
Correndo os ares, na amplidão perdida,
Essa música doce, é a voz, talvez,
Da alma de tudo, celebrando a Vida!


Olavo Bilac

3 comentários:

  1. Anônimo31/1/07

    Show de bola essa poesia!!
    Lindíssima!!
    Aproveito para compartilhar uma que também gosto muito:
    "De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que estamos sempre começando; a certeza de que é preciso continuar; a certeza de que podemos sempre ser interrompidos antes de terminar.
    Fazer da interrupção um novo caminho; fazer da queda um passo da dança; do medo, uma escada; do sonho, uma ponte e da procura, um encontro". (Fernando Sabino)
    Lindo, não??
    Beijo

    ResponderExcluir
  2. Nivea, também adoro essa. Tem no mural do meu trabalho ... por que no trabalho ou na vida é isso o que acontece! Não é de Fernando Pessoa?

    ResponderExcluir
  3. Anônimo3/2/07

    Erika, também achei que fosse do Fernando Pessoa, pois é uma reflexão bem típica dele, mas onde eu li estava como de autoria do Fernando Sabino.
    Enfim, é muito lindo, né??

    ResponderExcluir